A sensibilidade das aquarelas de CARLA PETRINI nos presenteia com uma bela alegoria do universo, em que o infinito é traduzido na beleza divina da natureza.
Cores fortes, em espaços abertos que pulsam em repousantes sombras de acolhedoras árvores. A vibração das manchas “crespas” deixadas pelo gestual rápido e vigoroso em suas paisagens escancara a energia vital em áreas paradoxalmente desertas.
Riqueza na infinidade de tons, todos únicos, banhados pela luz a lhes acentuar a singularidade e intensidade.
A amplidão do céu, como metáfora do divino, força poderosa mas não opressora; céu denso, monumental, em harmonia com a terra, o homem.
A brisa que perpassa os campos nos evoca, imediatamente, o sentir no rosto, o vento que traz o perfume das flores e do mato, a integração do homem com a natureza.
É a presença de Deus, revelada na natureza, que a pintura cálida sensível, exuberante e precisa de Carla Petrini nos mostra.
Heloísa de Queiroz Telles Arrobas Martins
São Paulo, junho/julho de 1997
(Texto de apresentação da exposição “Caminhos, 4 artistas” - Espaço Cultural Banespa - Paulista, SP realizada em 1997 – Aquarelas)