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SPECCHIO D'ACQUA


Mostra SPECCHIO D’ACQUA

Venezia 2017


Carla Petrini e Ivani Ranieri são duas artistas brasileiras, unidas pela arte da gravura e da aquarela há 33 anos.

Ao longo deste tempo os artistas estiveram juntas em projetos coletivos, exposições, estudos, discussões e experimentos no campo da pintura e da gravura, no Brasil e no exterior, além de seguir suas carreiras individuais, cada uma à sua maneira e projetos pessoais.


Agora, celebrando este encontro, elas decidiram unir suas produções expondo seus trabalhos na cidade de Veneza.


Porque Veneza?

A escolha não poderia ser mais coerente.

Além do convite feito pela Galeria Spazio Arte dei Mori, Veneza é uma cidade que não admite meio termos, como a aquarela. Assim como na técnica de pintura escolhida pelas artistas, só se tem duas possibilidades: amá-la desde o primeiro instante ou ter todas as suas expectativas desfeitas pela sua imensa diversidade.


Italo Calvino em “Venezia: archetipo e utopia della città acquatica. Saggi 1945-1985”, diz que "...basta refletir um momento para entender que a porta que dá para o canal liga-se não à uma rua aquática particular, mas a todos os caminhos das águas, isto é, à esplanada liquida que envolve todo o planeta. É isso que se sente nas casas de Veneza: que a porta terrestre dá acesso à uma porção limitada de mundo, à uma pequena ilha, enquanto a porta que se abre sobre a água dá diretamente sobre uma dimensão sem fronteiras".


Veneza, a Aquarela e esta exposição, são este contraponto – a tradição e a contemporaneidade, o ir e vir, o viés labiríntico, as águas flutuantes e seus caminhos carregados de pigmentos, sua vida própria, seus acordos e desacordos, o avançar, o recuar, o aceitar, o tempo, a espera, o improvável, os reflexos, o céu, a água, a terra, as luzes, o se deixar levar!


A exposição não pretende retratar Veneza, mas descobrir a curiosidade que incita cada artista além da técnica da aquarela, em suas particularidades e sob prismas bem particulares. Descobrir porque ninguém passa pela técnica da Aquarela, assim como por Veneza, indiferente!

Ver que a porta que se abre para dentro do espectador na observação de cada trabalho ressoa um reflexo, uma lembrança, uma porção de ilha particular dentro deste espelho d’água.








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